Como todos sabem, o número 11 passou a ser conotado com terror, angústia e morte. Isto tudo devido ao triste dia 11 de Setembro de 2001 e os atentados a Nova Iorque.
Para mim, o número 11 passou a constituir também sinónimo de mágoa, essencialmente. Foi este o número da cama de hospital onde passei sete semanas. Mas como tinha que arranjar algo para me entreter, comecei a contar os colegas que tive no quarto. E curiosamente... foram 11 também.
Tive de tudo um pouco. Desde muito faladores a outros que entraram e sairam e não troquei uma simples palavra. Lembro-me de no 1º dia, a Sra. Enfermeira Paula perguntar se sabia "speakar" inglês. Eu respondi afirmativamente, desenrascava. E lá fui parar à enfermaria 4 com um norueguês que "arranhava" o inglês. Até foi engraçado.
Joguei Playstation praticamente deitado (coisa maluca) com um outro.O Marco Paulo era jovem e sempre p'ra frentex. Tive também um outro, o Sr. Jordão, um homem de 75 anos que me tratava por Sr. Luís. O homem era simpático e eu achava graça à maneira como me chamava. Ele era uma espécie de tele-gerente, pois tinha um mini-supermercado e "volta e meia" estavam a telefonar-lhe para lhe perguntar o preço de um produto qualquer. Por brincadeira dizia-lhe que estavam a telefonar para perguntar o preço da "electricidade em pó".
O último colega chamava-se Bruno era maluco, mas sempre bem disposto... e os colegas dele então era de partir o côco a rir, mas com conversas para maiores de 18. Saimos os dois no mesmo dia. Eu acabei por ser o último a sair e fechar a porta... deste capítulo.