Segunda-feira, 18 DE Dezembro 2006

Acabou o curso e muito há por dizer. A nível pessoal acho que melhor não podia ter corrido. Terminei com uma boa nota, o que me deixou muito satisfeito.

Foi um ano muito compensador onde passei por tudo. Posso até dividi-lo em duas partes. Foi quase como passar do Paraíso ao Inferno. Até Junho, não houve grandes sobressaltos (se não contar com a "paixão platónica"). Foi calmo, apesar da semana no Lar do Centro. A partir daí, as coisas mudaram radicalmente. A doença do meu irmão mexeu comigo. Aprendi a conviver com um novo facto. Custou-me imenso no início. Cheguei a pôr a hipótese de pedir ajuda psicológica, mas consegui dar resposta a mim próprio e levantar a cabeça.

Conheci novas pessoas e cheguei a  apaixonar-me (não devia... mas aconteceu). O pior é quando isso acontece e temos a perfeita noção que não está mesmo ao nosso alcance. No entanto, nunca consegui esquecer totalmente este facto. Cada vez que a vejo, sinto algo diferente em mim.

Até no dia da festa de Natal do Centro de Formação, voltei a vê-la. Sabia que isso era praticamente inevitável e fiquei com a certeza que não a esqueci... totalmente.

Acho que isto não podia terminar de outra maneira. Era o destino que já tinha programado. Por puro acaso, estive mesmo ao lado dela, mas não tive coragem de olhar. Simplesmente... ignorei-a. Mas o mais curioso foi a imagem com que fiquei ao sair do almoço da festa. Olhei simplesmente e vi-a de costas. Ali tive a perfeita noção que tinha que enterrar de vez o assunto. Apenas espero que ela seja feliz com o seu namorado (ou guarda-costas, pois tem ar disso).

Apesar deste grande contratempo (acaba por ser, pois só nos faz "voar"), o curso foi óptimo. Cresci muito, aprendi a falar olhos nos olhos com as pessoas. Não me refugiei à espera que as coisas acontecessem. Exemplo disso foi quando incentivei os meus colegas a dar a cara depois de um erro que cometemos em conjunto.

Entrámos em conjunto na sala meia hora antes da hora de entrada. Aparentemente, isso é ilegal naquele Centro, Querer trabalhar é pecado. Fomos expulsos da sala por uma técnica quase como quem atira um animal para fora de casa. Para ajudar à festa, fomos avisados que não poderiamos entrar sem termos uma "conversa" com a Directora do Centro.

Neste momento, fiz o que mais me encheu de orgulho num ano. Falei com os meus colegas e dei a ideia de darmos a cara, pois sairiamos dignificados da situação pouco dignificante. Assim fizemos e explicamos tudo. A Directora disse-nos que poderiamos entrar mais cedo, desde que devidamente autorizados.

Porém, o melhor estava para vir. Ao sairmos da sala, a técnica (deveria ser escrito com letra grande, mas esta senhora não merece pelo que nos fez passar) estava a chegar para falar com a Directora. Suponho que ela iria explicar a situação e depois levaria-nos como "prisioneiros" de uma qualquer caçada ao homem. Ela toda "inocente" perguntou-nos se já estávamos a sair. Naquele instante, só me apeteceu responder: "Será que não é óbvio que estamos a sair?". Contive-me e olhei sempre em frente. Senti que a técnica ficou "desapontada" com o nosso assumir de responsabilidade. Pelo contrário, senti um orgulho enorme por ter feito o mais certo.

Esta imagem vale por tudo o que passei...

 

 

publicado por Zé Luís às 15:20
Terça-feira, 12 DE Dezembro 2006

Esta adaptação do verso da música da Lena D'Água é o que melhor se adequa ao momento que o país atravessa.

O nosso rectângulo tem uma nova heroína (ou será vilã?). Já ninguém quer saber  quem foi prejudicado no jogo A ou B. O interessante é saber quem visitou o PC numa certa data. Depois é só consultar os calendários futebolísticos passados e temos o enigma desvendado. 

É um tema no mínimo apaixonante. Então para quem gosta de novelas, este livro é uma grande prenda de Natal. Saber quem foram as visitas da mansão PC na última década, daria uma Bíbila muito maior que a verdadeira. Mas o "papa" do futebol merece isso e muito mais.

A esta hora, possivelmente o PC canta o título deste post vezes sem fim, à espera que alguém lhe entregue mesmo a Carolina para uma "conversa" a dois.

Zangam-se as comadres e descobrem-se as verdades. Antes do "caldo entornar", pareciam o casal mais feliz do mundo. Agora dão a ideia que sempre se odiaram. Casamentos com pessoas muito mais novas só pode acabar assim. Ela queria trabalhar na discoteca (para não dizer outra coisa) e ele era o dono. O assunto acabou mal.

Agora esperemos que este "best-seller" continue a animar o país. O Sócrates agradece. Assim ninguém se lembrará dele durante os próximos tempos.

 

publicado por Zé Luís às 15:05
Sexta-feira, 08 DE Dezembro 2006

Neste último ano, aprendi muito. É natural, estou num curso profissional de Informática, logo aprendi imenso. Mas não é desse tipo de aprendizagem que vos quero falar.

Na carrinha que eu vou todos os dias para o Funchal, também vão outros deficientes. Entre eles está um miúdo muito especial. Chama-se Flávio e tem cerca de 12 anos.

Até há uns tempos atrás, apesar de ser deficiente também, nunca me interessei muito pela forma como um cego (acho melhor cego que invisual) podia ver o mundo. Mas depois de entrar na carrinha e olhar para o Flávio, começou a saltar-me para o consciente esta simples pergunta: Como vê o cego o mundo que o rodeia? A resposta é simples e talvez confusa. Vê-o da mesma maneira que nós.

Apercebi-me disso rapidamente. O Flávio ao chegar à sua escola e sem ninguém lhe pedir, tirava o cinto de segurança.

Antes de chegar ao seu ponto de saída em casa, volta a tirar o cinto. Alguém não aguentou a curiosidade e perguntou-lhe como é que ele sabia que estava na hora de sair. A resposta foi simples:"Esta é a última curva". Pode não ter matado a curiosidade de quem perguntou, mas pelo menos surpreendeu.

Outra situação é o caso de um outro miúdo que também vai na carrinha, um certo dia estava inquieto e sempre a fazer barulho. O Flávio com toda a normalidade do mundo, disse: "Vira-te para a frente e cala-te". A verdade é só uma: realmente o miúdo estava voltado para trás. Como sabia o Flávio que o outro miúdo estava voltado para trás?

Ele também sabe a exacta localização do local onde está. Até é capaz de dizer por telemóvel ao pai.

É impressionante a visão do Flávio. A mim só me surpreende. E a vocês?

publicado por Zé Luís às 19:32
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