Os treinadores de futebol deviam ter um monumento em sua honra. Todas as épocas repetem-se as mesmas histórias. Entram com um objectivo delineado, mas basta um pequeno desvio em relação à rota traçada, lá vai o mártir do futebol para o "Desemprego Futebol Clube" (é o mínimo que podem ter em situações assim).
Alguns dos clubes do panorama futebolístico português são autênticos cemitérios de treinadores. Uns conseguem a proeza de despedir o treinador antes de começar a época (FC Porto quando despediu o Del Neri em pleno estágio de pré-época), outros têm plantéis dignos de um qualquer lar de idosos e o treinador paga "as favas" (União da Madeira SAD da 2ªDivisão).
Há clubes que deviam fazer um monumento ao "Treinador Desconhecido". Tantos são os treinadores que passam por esses clubes, sem o mínimo de glória que certamente a placa de memória aos treinadores seria muito maior que aquela que homenageia as vítimas do 11 de Setembro (aqui fica a minha homenagem a essas vítimas do terrorismo).
Mas nem sempre os treinadores são as vítimas. Algumas das vezes, o treinador faz-se de vítima, ou melhor, não sabe fazer outra coisa senão ser vítima. Treinadores como Vítor Urbano, Fernando Festas, Vítor Manuel, Eduardo Luís são apenas autênticas bolas de pin-pong que começam a época num clube mas com um bocadinho de sorte conseguem passar por 3 (ou mais) clubes nessa mesma época.
É assim a vida de um treinador de futebol, transformado numa bola de ténis-de-mesa (grande redução no tamanho da bola), sempre jogado de um lado para o outro...